José de Arimatéia è jornalista, apresentador do SBT Nova Mutum e Massa FM

Devido à imperfeição, todos nós sofremos com a dor, seja ela física ou emocional, a dor trás consequências e marcas que podem ficar para a vida toda, e é exatamente aí que minha história começa.

Em 2022 eu completei (42) anos, havia acabado de retornar para Nova Mutum, devido ao Diabete tipo dois, meu sistema imunológico funciona coma montanha-russa, tem altos e baixos, mas tudo isso depende de como me alimento, uso medicação, pratico exercícios físicos e não abuso do açúcar, e era exatamente o que eu não estava fazendo.

No mês de maio, acabava de ser contratado pelo SBT, ainda me recuperava de um grave acidente de carro, história essa que vou contar em outro artigo.

As dores do acidente de carro ainda eram sentida todos os dias, apenas cinco meses de recuperação, após ficar trinta dias hospitalizado entre a vida e a morte, com hemorragia interna e fratura de tíbia e fíbula.

Com a Imunidade baixa e os níveis de açúcar no sangue altíssimos, os primeiros sintomas sentidos foram; uma forte dor na região da boca, no primeiro momento parecia com um dente que tinha dado canal, procurei o dentista e nada foi detectado, a dor persistiu por mais cinco dias, e diante de tanta dor e inchaço no rosto eu precisei ser internado.

As primeiras 24 horas no hospital foram de atenção, o rosto inchou tanto que as vias áreas começaram a ser trancadas, mas até então nada de diagnóstico. Aquilo me assustou, pois não sabia o que estava acontecendo e temia que uma traqueostomia fosse feita, situação cogitada pela equipe médica para que eu não ficasse sem respirar e poder ser  alimentado por sonda.

Após 24 horas, o inchaço desapareceu, mas as dores persistiam, eu precisei ficar internado por mais três dias para continuar tomando medicação na veia com a intenção que as dores cessassem, isso não aconteceu, mesmo assim, recebi alta e voltei para casa, já em casa as dores retornaram em 24 horas, o rosto voltou a inchar, só que desta vez com maior proporção, fui levado para o hospital, após exames, foi descoberto o que estava me atingindo, (Herpes Zoster).

Herpes zoster ou cobreiro é uma doença causada pelo vírus varicela zoster, o mesmo que causa a catapora. Uma vez adquirido, esse vírus permanece adormecido no organismo durante toda a vida do indivíduo. A erupção com o formato de pequenas bolhas, em geral, é unilateral e segue o trajeto de um nervo. Surge de modo gradual e leva de 2 a 4 dias para se estabelecer. As pequenas bolhas se dissecam, formam-se crostas e o quadro evolui para a cura em até 4 semanas.2,4

O herpes zoster é mais comum em pessoas com mais de 50 anos e adultos com sistema imune enfraquecido

Sintomas:

Os primeiros sinais do herpes zoster podem ser a aparição de erupções cutâneas atrelada à sensação de formigamento, dor em uma área da pele, dor de cabeça ou mal-estar geral.

Pode causar fisgadas e sensação de dor aguda proporcional a de um choque.

Pode levar até 4 semanas para as erupções sumirem. Alguns pacientes sofrem de dor prolongada ou outras complicações.

Após permanecer 15 dias hospitalizado eu retornei para casa, na esperança do tempo passar, eu esperava que as dores acabassem, não aconteceu, o meu Herpes Zoster atingiu a parte esquerda do meu rosto e se transformou na complicação mais dolorosa atingindo o nervo do trigêmeo, essa dor é considerada pela ciência como a maior dor que o ser humano pode sentir, os espasmos eram constantes, o que tirava minha qualidade de vida e paciência, mesmo assim eu nao desistia de lutar, sabendo que o pensamento era errado, devido à dor, eu pedi a Deus para morrer, durante mais de 30 dias eu sofri constantemente com espasmos que duravam de dois a quatro minutos, as dores eram como de uma faca sendo cravada na minha cabeça, atravessando o crânio, garganta se concentrando na região da mandíbula me fazendo quase desmaiar.

Nesta época eu ainda morava sozinho, minha futura esposa acompanhava tudo de longe e me dava forças, teve diversas situações que nem se alimentar eu conseguia, minha irmã do meio permaneceu comigo alguns dias no hospital, ao receber alta em casa, tinha a ajuda de irmãos da fé, Testemunhas de Jeová que nunca me abandonaram e me levavam alimentos, ajudavam nos cuidados domésticos além de passarem tempo comigo.

Após três meses as dores começaram a diminuir em ritmo lento, eu nunca perdi a esperança porque sabia que existia pessoas com situações mais difíceis do que a minha, hoje após um ano e meio do Herpes Zoster me atingir, continuo sentindo dores fortes, os espasmos acabaram, as dores no rosto e a sensação da falta de sensibilidade continuam, para combater as dores fortes eu faço uso de medicamentos que agem no sistema nervoso central e só podem ser adquiridos com receituário especial.

Médicos que chamo de anjos, eles estiveram presentes e continuam na minha vida me ajudando a combater as dores, Rodrigo Mustafa, Camila Beckenkamp, Bruno Molina, o cubano Jorge Lopes que descobriu minha doença e muitos outros a quem sou grato.

Embora eu sinta dor 24 horas por dia, não deixo que elas tirem a minha paz e felicidade, Sei que isso só é possível pelo amor que Deus, (JEOVÁ), sente por mim.

"Para não causar constrangimento e expor terceiros, algumas informações não foram divulgadas."